quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Tendemos,
pela distorção/redução de uma ideia, a nos desviar dos desafios de uma mudança
efetiva de nossos propósitos e práticas. A indiferenciação entre os processos
de integração e inclusão escolar é prova dessa tendência na educação e está
reforçando a vigência do paradigma tradicional de serviços educacionais.Muitos,
no entanto, continuam mantendo-o ao defender a inclusão!
A
discussão em torno da integração e da inclusão cria ainda inúmeras e
infindáveis polêmicas, provocando as corporações de professores e de profissionais
da área de saúde que atuam no atendimento às pessoas com deficiência - os
para-médicos e outros, que tratam clinicamente de crianças e jovens com
problemas escolares e de adaptação social. A inclusão também “mexe” com as
associações de pais que adotam paradigmas tradicionais de assistência às suas
clientelas. Afeta, e muito, os professores da educação especial temerosos de
perder o espaço que conquistaram nas escolas e redes de ensino e envolvem
grupos de pesquisa das Universidades (Mantoan, 2002; Doré, Wagner e Brunet,
1996).
Os
professores do ensino regular consideram-se incompetentes para atender às
diferenças nas salas de aula, especialmente aos alunos com deficiência, pois
seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esse
atendimento e exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos de todos
(Mittler, 2000).
Há também um movimento contrário de pais de alunos sem deficiências, que
não admitem a inclusão, por acharem que as escolas vão baixar e/ou piorar ainda
mais a qualidade de ensino se tiverem de receber esses novos alunos.
Os dois vocábulos - integração e inclusão -
conquanto tenham significados semelhantes, são empregados para expressar
situações de inserção diferentes e se fundamentam em posicionamentos
teórico-metodológicos divergentes. Grifei os termos, porque acho ainda
necessário frisá-los, embora admita que essa distinção já poderia estar bem
definida no contexto educacional.
O processo de integração escolar
tem sido entendido de diversas maneiras. O uso do vocábulo “integração”
refere-se mais especificamente à inserção escolar de alunos com deficiência nas
escolas comuns, mas seu emprego é encontrado até mesmo para designar alunos
agrupados em escolas especiais para pessoas com deficiência, ou mesmo em classes
especiais, grupos de lazer, residências para deficientes.
Os movimentos em favor da integração de crianças com
deficiência surgiram nos países nórdicos em 1969, quando se questionaram as
práticas sociais e escolares de segregação. Sua noção de base é o princípio de
normalização, que não sendo específico da vida escolar, atinge o conjunto de
manifestações e atividades humanas e todas as etapas da vida das pessoas, sejam
elas afetadas ou não por uma incapacidade, dificuldade ou inadaptação.
Pela integração escolar, o aluno tem acesso às escolas
por meio de um leque de possibilidades educacionais, que vai da inserção às
salas de aula do ensino regular ao ensino em escolas especiais.
O processo de integração ocorre
dentro de uma estrutura educacional, que oferece ao aluno a oportunidade de
transitar no sistema escolar, da classe regular ao ensino especial, em todos os
seus tipos de atendimento: escolas especiais, classes especiais em escolas
comuns, ensino itinerante, salas de recursos, classes hospitalares, ensino
domiciliar e outros. Trata-se de uma concepção de inserção parcial, porque o
sistema prevê serviços educacionais segregados.
É sabido (e alguns de nós têm experiência própria no
assunto), que os alunos que migram das escolas comuns para serviços da educação
especial muito raramente se deslocam para os menos segregados e, raramente,
retornam/ingressam às salas de aula do ensino regular.
Nas situações de integração
escolar, nem todos os alunos com deficiência cabem nas turmas de ensino
regular, pois há uma seleção prévia dos que estão aptos à inserção. Para esses
casos, são indicados: a individualização dos programas escolares, currículos
adaptados, avaliações especiais, redução dos objetivos educacionais para
compensar as dificuldades de aprender. Em uma palavra, a escola não muda como
um todo, mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas exigências.
A integração escolar pode ser
entendida como o especial na educação, ou seja, a
justaposição do ensino especial ao regular, ocasionando um inchaço desta
modalidade, pelo deslocamento de profissionais, recursos, métodos, técnicas da
educação especial às escolas regulares.
Quanto à inclusão, esta questiona não somente as
políticas e a organização da educação especial e regular, mas também o próprio
conceito de integração. Ela é incompatível com a integração, pois prevê a
inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem
exceções, devem freqüentar as salas de aula do ensino regular.
O objetivo da integração é inserir um aluno ou um
grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos e o mote da inclusão, ao
contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o
começo da vida escolar. As escolas inclusivas propõem um modo de organização do
sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é
estruturado em função dessas necessidades.
Por tudo
isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não se
limita aos alunos com deficiência e aos que apresentam dificuldades de
aprender, mas a todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente
educativa geral. Os alunos com deficiência constituem uma grande preocupação
para os educadores inclusivos, mas todos sabemos que a maioria dos que
fracassam na escola são alunos que não vêm do ensino especial, mas que
possivelmente acabarão nele! (Mantoan, 1999)
A radicalidade da inclusão vem do
fato de exigir uma mudança de paradigma educacional, como já nos referimos
anteriormente. Na perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas
escolares em modalidades de ensino especial e regular. As escolas atendem às
diferenças, sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem
estabelecer regras específicas para se planejar, para aprender, para avaliar
(currículos, atividades, avaliação da aprendizagem para alunos com deficiência
e com necessidades educacionais especiais).
Pode-se,
pois, imaginar o impacto da inclusão nos sistemas de ensino ao supor a abolição
completa dos serviços segregados da educação especial, os programas de reforço
escolar, salas de aceleração, turmas especiais e outros.
Na
perspectiva de o especial da
educação, a inclusão é uma provocação, cuja intenção é melhorar a qualidade do
ensino das escolas, atingindo todos os alunos que fracassam em suas salas de
aula.
A metáfora da inclusão é o
caleidoscópio. Esta imagem foi bem descrita pelas palavras de uma de suas
grandes defensoras: Marsha Forest. Tive o privilégio de conhecê-la, em
Toronto, no Canadá, em 1996, quando a visitei em sua casa. Infelizmente, ela
faleceu em 2001, quando estava de malas prontas para vir ao Brasil, para
participar de um grande evento educacional e para conhecer os trabalhos
orientados para a inclusão em nossas redes públicas e escolas particulares.
Em sua homenagem, destaco como Marsha se refere ao caleidoscópio educacional: "O caleidoscópio precisa de todos os pedaços que o compõem. Quando se retiram pedaços dele, o desenho se torna menos complexo, menos rico. As crianças se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente rico e variado”.
Em sua homenagem, destaco como Marsha se refere ao caleidoscópio educacional: "O caleidoscópio precisa de todos os pedaços que o compõem. Quando se retiram pedaços dele, o desenho se torna menos complexo, menos rico. As crianças se desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente rico e variado”.
A
distinção entre integração e inclusão é um bom começo para esclarecermos o
processo de transformação das escolas, de modo que possam acolher,
indistintamente todos os alunos, nos diferentes níveis de ensino.
Temos já
um bom número de idéias para analisar, comparar, reinterpretar. Elas serão
certamente retomadas, revisadas e ampliadas, no que trataremos a seguir.
MANTOAN, Maria Teresa; Inclusão Escolar: o que é? por quê? como
fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
sábado, 13 de setembro de 2014
Há dez anos atrás ou dez anos atrás, qual é o
certo?
Vivien Chivalski, do Instituto Passadori de Educação Corporativa,
explica qual é a expressão correta: "dez anos atrás" ou "há dez
anos atrás"
Editado por Camila Pati, de Exame.abril.com.br
Samuel Aguar/Wikimedia Comons
" Eu nasci há dez mil anos
atrás": música de Raul Seixas imortalizou a expressão.
Uma armadilha na vida corporativa são os excessos – há muitas reuniões,
e-mails, relatórios. Tudo que é demais pode ser questionado e isso não é
diferente na língua portuguesa.
Quando há abusos, o nome técnico – pleonasmo – pouco importa. O fato é
que a repetição de termos inúteis, supérfluos, redundantes compromete a
coerência da informação e da frase.
A expressão “há dez anos atrás” é um exemplo desse erro. O verbo haver
impede a palavra atrás em seguida sempre que estiver relacionado a tempo, à
ação que já se passou. Há, portanto, duas formas corretas para a frase: “há dez
anos” ou “dez anos atrás”.
Parece fácil, mas o erro é comum e chega a ser um vício repetido no dia
a dia e reforçado muitas vezes. Quem não ouviu Gilberto Gil cantar “vamos fugir
para outro lugar, baby” ou Raul Seixas declarar “eu nasci há dez mil anos
atrás”?
Vamos deixar a liberdade poética para outra discussão. No ambiente
corporativo, a consequência é que usamos expressões que não somam sentido à
mensagem. São vazias e totalmente desnecessárias, principalmente, quando
sabemos que o texto de trabalho precisa ser claro e objetivo.
Aqui estão outros exemplos:
O resultado deverá demorar ainda mais dois dias – as palavras
ainda e mais não devem estar juntas, pois passam o mesmo significado. Escolha
uma delas.
Precisamos criar novos caminhos – criar o novo é redundância
óbvia, pode parecer até brincadeira.
Já não há mais tempo para resolver isso – já e mais têm o mesmo valor na
frase, usar as duas é como “subir para cima”. Escreva “já não há tempo para
resolver isso” ou “não há mais tempo para resolver isso”.
Precisamos restaurar as casas antigas da cidade – dispensa comentário –
não restauramos o que é novo.
Essas frases podem transmitir desleixo ou falta de revisão. Para não
cair nessas ciladas, só posso deixar uma dica: fique atento.
Vivien Chivalski – facilitadora do Instituto Passadori - Educação
Corporativa.
Adaptado por Eunice Alonso.
Disponível em: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/ha-dez-anos-atras-ou-dez-anos-atras-qual-e-o-certo .Acesso em: 13 set.
2014.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
O novo, o velho e o antigo
O novo, o velho e o antigo
O tempo sempre ocupou
lugar de destaque entre as preocupações do ser humano, que ao longo de toda a
sua história desenvolveu formas de medi-lo, representando tentativas de
organizar a vida. A concepção de
tempo é vista de diferentes modos pela
filosofia, física e outras áreas de conhecimento, entre as quais é considerado como
absoluto, finito, infinito, cíclico e linear.
O tempo de vida individual é linear, ocorre apenas em uma
direção, é irreversível. Por essa razão tentamos constantemente controlar nossa trajetória a partir do ponto em que nos encontramos na
linha de domínio do tempo.
Quando procurada por jovens
irresolutos diante de decisões a serem tomadas, oriento que por serem
jovens, devem se arriscar, pois se nada der certo, terão tempo de vida para
recomeçar. Somente ao refletir sobre a questão do tempo individual é que percebi o meu engano ao pensar dessa forma. Há um equívoco nessa maneira de pensar. Sempre é tempo de viver
coisas novas, qualquer coisa. Quanto menos tempo individual nos restar,
mais deveremos nos abrir para o novo.
O novo é o que nos possibilita o vir-a-ser: um novo projeto, um
novo trabalho, um novo amor, o incerto... um novo homem. É o desafio, a oportunidade de fazer e ser melhor. É experimentar, lançar-se em direção ao
desconhecido, atrever-se e correr riscos.
Muitas vezes, o novo é visto como ilógico e irracional. Mas é
por meio do que é tido como insensato
que promovemos grandes realizações. Alguns afirmam, por exemplo, que lógico é que não possamos sentir falta
daquilo que nunca tivemos, porém somos seres capazes de sentir falta do que ainda é desconhecido,
daquilo que nunca foi nosso. A partir disso, promovemos invenções e descobertas
do que precisamos, projetamos ou sonhamos,
suprindo a nossa necessidade por meio do novo.
Considerando que o tempo individual é irreversível para nós, o novo não encontra-se no passado e nem no futuro, um tempo que há de vir. O novo é inseparável do agora, não reside
em um tempo inacessível ao homem.
O antigo, no entanto, nos remete ao que foi vivido. Permite
que retornemos no tempo por meio de nossa mente e possamos reviver o que quisermos:
momentos bons ou ruins. Preferimos muito
mais reviver o que foi bom. As lembranças fazem com que possamos ter a sensação de viver o já vivido, em um novo
tempo.
O homem antigo é o que se
renova. É aquele que vive tendo a segurança do saber adquirido, das lições aprendidas, de mudanças realizadas. O ser
humano não nasce pronto, vai se fazendo
com o passar do tempo em que vive, tornando-se assim, antigo e dessa forma, nem sempre fica velho, pois somente envelhecemos quando vivemos sem aprender nada. Mas o homem antigo não é o novo homem, não se aventura, é
ponderado demais, sensato demais, prudente demais. Renovar-se é ficar como novo, não é o novo.
A apreensão e compreensão dos conhecimentos admite a reelaboração
dos sentidos dos saberes velhos que,
redimensionados por novas focalizações, resultam em nova versão do mundo já conhecido. Assim,
construído a partir do conhecimento velho, o novo impulsiona a evolução humana
e em favor desta torna-se velho, para que o conhecimento novo se faça do mesmo
modo, resultando em um movimento progressista.
Ao olharmos para a
vida, percebemos que não é possível contrapor abstratamente o velho, o novo e o
antigo. Podemos distinguir suas características artificialmente, mas essas são
inseparáveis, pois convivemos com a tríade o tempo todo. O que nos situa em um
dos três domínios, não é o quanto vivemos sob a contagem do tempo, mas como
escolhemos permanecer em relação a nós mesmos e ao novo.
Não
nascemos destinados a ficarmos velhos ou com o desígnio de sermos antigos, mas de aproveitarmos toda a essência de vida que
tivermos em nós para vivermos o novo, para sermos o novo homem. Esse é o propósito de vivermos em um plano no qual nada foi feito com a finalidade de durar para sempre.
Eunice Alonso
DALÍ,
Salvador. A persistência da Memória. Disponível
em <http://www.moma.org/collection/object.php?object
id =79018> Acesso em: 28 de jul.2014.
domingo, 6 de julho de 2014
Desamar
Desamar
O amor é mesmo como disse o poeta1: o fogo que arde sem se ver. Fácil é nos render a ele, mas quando
temos que deixar de amar, temos que desamar, é preciso muita coragem.
O desamor é o desapego, é relegar a um canto secreto aquilo
que te faz tão feliz, que nos ilumina por
completo, que nos aquece, nos acende. E todos sabem como é difícil ocultar a
luz proveniente do fogo.
A energia que emana das chamas inunda-nos, assim como tudo o
que estiver a nossa volta. Por mais
tentativas que façamos, os raios
encontram sempre uma fresta, e escapam na velocidade que lhe é própria, a da
luz, insuperável entre as demais.
A melhor estratégia para extinguir as chamas, sem nos aproximarmos muito e nos queimar, é privá-las de todo o oxigênio. Se conseguires
colocar-lhes uma redoma, quando todo o oxigênio contido nela for consumido, as chamas definharão, reduzir-se-ão tremulando, como
se pedissem socorro, lutando pela existência, tocando o coração, amoroso
por natureza.
Sentindo-se ameaçado por tamanha dor, o
coração requer o auxilio de outros órgãos do corpo, que, solidários, prontamente deixam de realizar suas funções
vitais para socorrê-lo. Os olhos perdem
o controle sobre o canal lacrimal, a boca, o controle sobre as glândulas
salivares, a concentração nos falta,
nossos pensamentos ficam confusos, ficamos indispostos, a deriva, pois todos os esforços são direcionados para
amenizar a dor do coração, consolá-lo, salvá-lo. Algumas pessoas sucumbem,
tombam, não resistem ao caos.
Desamar é algo que nos faz sofrer, prejudica-nos. Tens que
ser corajoso, persistente, para suportar tal processo, durante o qual verá o amor se apagar e com ele, seus sonhos desaparecerem.
E o que somos sem amor? Sem nossos sonhos? Nada. É isso, desamar é reduzir-se a nada,
negar-se, desacreditar-se, retornar de lugares que nunca existiram, mas dos quais
estivemos tão próximos, deixar de viver plenamente, morrer um pouco.
Sendo assim, por que
desamar? Por invenções realizadas pelo próprio homem como as convenções, por controle e poder sobre si, sobre o outro e sobre as coisas que nos
cercam, por egoísmo, por
orgulho, por não ter o amor reconhecido pelo outro.
Amar não é uma escolha, encontra-se o amor e ele instala-se em
nós. Desamar é escolher o martírio, ou seja, o sofrimento, a morte por ter amado.
Felizes aqueles que nunca submeteram-se a isso.
Felizes daqueles que nunca caminharam sobre as cinzas de um
amor.
Eunice Alonso
1Luís de Camões
quinta-feira, 3 de julho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
Orquídeas
Orquídeas
Domingo de manhã, abri a porta da
sala de estar e fui surpreendia por um cacho de orquídeas .
Elas
surgiram, para mim, inesperadamente,
exuberantes, mas delicadas, em pleno domingo chuvoso. Às vezes, os professores não trabalham
aos domingos.
Eu que não sou
adepta a fotografar, não me contive.
Olhei para o
jardim. E elas pareceram-me mais belas ainda, a
me presentearem com suas flores
... a embelezar aquele lugar. Como são
lindas, livres por saberem que suas flores têm apenas alguns dias de vida, exibem-nas para o mundo sem esperar absolutamente nada
em troca.
Não nasceram ali.
Depositei-as nos braços daquelas palmeiras há algum tempo, eram pequenas mudas,
reguei-as, tirei-lhes as folhas secas.
Alimentei-as, ouvi seus lamentos a respeito do sol escaldante da nossa
região e admirei-as, mesmo quando ainda não produziam flores. Convivemos, nos conhecemos e nos apaixonamos.
Hoje elas
iluminaram ainda mais o meu dia, porém de forma diferente: floresceram com todo o seu vigor ... usufruindo de toda a
beleza daquele conjunto para serem ainda mais notadas.
No início da tarde,
o céu escureceu. A chuva chegou. Elas se refrescaram, bailaram nas
alturas com o vento e quando o sol
ressurgiu se mantiveram lindas, cheias de vida. Insuportavelmente invejáveis. Sabem que são únicas e fazem toda a diferença para o mundo. E eu
tenho a certeza de que não seria a mesma
sem elas.
Assim são os
amigos. Assim vejo vocês , meus amigos!
quinta-feira, 19 de junho de 2014
O Café
O
Café
Um
café suíço e três mini pães de queijo. É sempre o meu pedido. Uma combinação
perfeita. A mistura de cheiros na
cafeteria é algo que me intriga e me acorda.
Antes
de entrar, olho pela vitrine e as vejo
sentadas entre tantos outros. Nunca sou a primeira a chegar. Cumprimentamo-nos como se não nos víssemos há
dias. É no café que celebramos a vida, a
amizade, o laço que nos une.
O
café é um momento terapêutico. No café conversamos sobre sonhos, conquistas,
amores, desamores, perdas, enganos.
Ouvimos, falamos, deliberamos, acordamos, aconselhamos. É consenso entre nós: ou tomamos café ou
pagamos terapeuta. Tomamos café. Muitos cafés.
É
comum dividirmos, em meio a tanta gente desconhecida, em uma mesinha, as nossas
maiores angústias, muitos dos nossos
segredos, as nossas alegrias. É como se estivéssemos em um campo neutro. Às
vezes alguém é pego as gargalhadas, e então nos lembramos de que estamos ali.
Quem
se aventura a sentar-se à mesa, em poucos minutos é capaz de contar, olhando em
nossos olhos a sua maior aventura ou desventura. Já ouvi relatos impressionantes. Também falamos sobre negócios, trabalho,
estudos, inclusive viagens em busca de pessoas com as quais nunca estivemos
antes.
Foi
neste lugar que comemorei muitas conquistas. No café brindei, em meados deste
ano, o início da realização de um dos
meus projetos materiais mais antigos. Aproximamos nossas xícaras e foi
emocionante ver a alegria do grupo.
Mesmo
quando fico impedida de estar no café, sei que estão juntos e que se lembram de
mim. Orgulho-me de, apesar da minha inexperiência e vontade
de viver em uma única vida o que deveria
viver em duas, ou três, me ouvirem e
considerarem minhas colocações.
Às
vezes, alguém necessita excepcionalmente de um café. Na semana passada
solicitei um. O meu primeiro. Um mate gelado, pois foi no final da tarde. Falei durante mais de uma hora. Sem ser muito
clara, tenho certeza. Mas não houve perguntas indiscretas. Aconselharam-me, mas
a decisão é minha. Não perguntaram o porquê, mas do que eu precisava. E isso é
o que vale.
O
café é como o abraço. Envolve-nos, aproxima os corações, é a troca de energia
que nos equilibra.
domingo, 11 de maio de 2014
Enade - Provas da Pedagogia
Olá pessoal! Aqui estão as provas do Enade Pedagogia de 2008 e 2011
Lembrem-se: Nós somos 5.0.
Enade Provas Pedagogia 2008/2011
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